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10/11/2008

Fim de Ano:que tal fazer um balanço...

Fim de ano: Fazendo o balanço do comportamento


(por Maria Aparecida A. Araújo*)


O mês de dezembro chega e todos nos lançamos a uma corrida, quase obsessiva, para terminar tudo que está pendente, antes que o Natal chegue. Obras ou decoração da casa, encerramento de projetos, relatórios finais etc. As ruas ficam muito mais agitadas, lojas repletas e trânsito ainda mais caótico. Em nossos lares, a propaganda nos meios de comunicação sempre sinaliza para o consumo imediato e impulsivo. Salário mais gordo e compras também.

As empresas encerram o ano sempre com um balanço, em que contabilizam seus lucros e perdas, traçando novas metas para o ano que inicia. Geralmente quando os ganhos foram mais expressivos, atribui-se ao excelente desempenho da administração. Entretanto, quando há prejuízo, esse é sempre resultante de fatores externos e conjunturais.

Do mesmo modo que as empresas, também as pessoas tendem a fazer um balanço de suas vidas nesse período pré-natalino. O ano que termina é avaliado então como tendo sido bom e produtivo ou péssimo, devendo entrar para o rol daqueles a serem esquecidos.

O balanço que fazemos é sempre primeiramente financeiro. Avaliamos se estamos mais ricos ou pobres. Se estamos ou não com dívidas, se elas são possíveis de serem pagas ou não, se fizemos ou não bons investimentos. Mas inevitavelmente chegamos ao balanço emocional.

O balanço emocional freqüentemente tende a deixar as pessoas deprimidas. Isso porque não somos habituados a fixar nossos olhares nos sucessos e nas pequenas melhorias diárias. Nossa natureza nos impele a enxergarmos sempre as falhas e os fracassos. O passado volta e traz consigo culpas e falsas alegações para muitos. Estes tentam justificar suas atitudes equivocadas do presente como resultantes de fatos ocorridos em suas vidas em muitos meses ou anos anteriores.

Certamente que o nosso presente sofre os reflexos do nosso passado e será determinante para o nosso futuro, mas isso não deve impedir que nos libertemos das emoções negativas e das feridas, apagando as tristezas e, sobretudo, aprendendo com os erros.
Nossa busca constante deve ser pela evolução e não pela autopunição.

Ficaremos livres desse sentimento de desconforto quando dermos mais importância aos nossos acertos; quando as atitudes de respeito, generosidade e solidariedade pelas pessoas que conosco conviveram pesarem mais na nossa conta de lucros, que as falhas cometidas, no campo dos prejuízos. Olhando para o ano que termina, tente não se sentir culpado. Responsável, sim; culpado não!

A diferença é que, sentindo-se responsável, você saberá que está em suas mãos mudar as coisas que o afligem e incomodam. Você é o sujeito de seu próprio destino e certamente, mudando seu comportamento e suas atitudes, você terá conseqüências diferentes das que tem tido até agora.

Alimente–se com boas leituras. Preste atenção aos seus desejos e dedique-se um pouco a satisfazê-los. Aprenda a se gostar um pouco mais. Assim passará a gostar mais dos outros. Estabeleça como meta cuidar melhor de si mesmo no próximo ano, dando mais espaço para ver aflorar sua sensibilidade. Deixe fluir sua criatividade e seu prazer pelo seu trabalho.

Reserve sempre em sua vida um espaço para a entrada do novo. Não se feche em antigas crenças que só o limitarão. Abra-se para novas amizades e relacionamentos. Veja em cada um deles novas possibilidades de aprendizado e crescimento. Nunca se esqueça de que as outras pessoas trazem mais colorido e graça para sua vida. Procure sorrir e elogiar com mais freqüência. Abraçar também faz bem.

Procure conviver com pessoas que coloquem o seu astral para cima e não aquelas habituadas a criticar, abaixando sua auto-estima. Analise os aspectos de seu trabalho com objetividade, tentando identificar o que deve ser mantido e aprimorado e o que deve imediatamente ser deixado de lado. Arrume sua mesa e suas gavetas e prepare-se para rever também posturas e processos. Se o seu comportamento não está sendo produtivo, trate de mudá-lo o mais rápido possível.

Estabeleça como meta desenvolver um eficaz controle do seu tempo, para que melhore sua qualidade de vida. Deixe espaço para atividades físicas, boa alimentação e horas agradáveis de lazer. Seja mais organizado e estruture já sua agenda para o ano que chega, sem se esquecer de anotar as datas de aniversário de seus amigos mais queridos.
Eles irão adorar receber um cartão ou telefonema seu, assim como você adora que eles se lembrem de você.

No balanço das empresas tudo pode ser resumido em números e cifras, mas nos nossos sentimentos eles não se aplicam. Sentimentos, alegrias tristezas, frustrações, vitórias, amizade, amor e dor não podem ser medidos por fórmulas econômicas e matemáticas. Portanto, nosso balanço das atitudes é bem mais complexo que o contábil; ele exige de nós muito mais atenção e determinação.

Nunca nos devemos esquecer de que nosso comportamento influencia o comportamento das outras pessoas e é também influenciado por ele. Somos ao mesmo tempo emissores e receptores de energia. Nosso desempenho profissional dependerá muito da troca de energia que estabelecermos com aqueles que conosco convivem: em casa, nas ruas e principalmente no trabalho.

Todo fim de ano planejamos mudanças em nossa vida. Mas as mudanças só se concretizam se acontecerem primeiro em nosso mundo interior. Mudanças que removam primeiro as ações de nossos sabotadores internos. Esses sabotadores é que bloqueiam nossas tentativas de melhoria. Eles é que nos fazem repetir as mesmas atitudes e comportamentos equivocados. Mas ninguém conseguirá derrotá-los, a não ser nós mesmos.

Esteja certo de que tão logo seja dado o primeiro passo, as mudanças virão. Acredite nisso!
Desejo aos queridos leitores um Natal de paz e alegria e um Ano Novo repleto de realizações.
Não se esqueçam de que é sempre conveniente realizar sempre mais tudo que seja bom, útil, belo e nobre.
Quanto mais fizerem nas áreas do bem, mais amplamente receberão os bens da vida.

Todavia, se não puderem realizar o máximo, atendam pelo menos ao mínimo do que possam fazer, pois todo muito depende do pouco para começar.


* Maria Aparecida A. Araújo é consultora de Comportamento Profissional, Etiqueta Social e Internacional, Marketing Pessoal, Cerimonial e Protocolo; palestrante e facilitadora de cursos especiais; consultora do Instituto Brasileiro da Qualidade Nuclear. É graduada em Letras, com Licenciatura em Língua e Literaturas de Língua Portuguesa. Diretora da Etiqueta Empresarial Executive Manners Consulting, com 21 anos de experiência em atendimento de excelência ao cliente.

Fonte: Jornal Carreira & Sucesso - do site Catho: www.catho.com.br

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