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08/02/2009

Currículo deve ser "sincero"

Currículo deve ser ’sincero’, dizem especialistas

por Bruna Martinho

Matéria do G1 publicada em 16 de novembro por Marta Cavallini

O currículo é a primeira forma de contato que o candidato tem com o selecionador. E é a via de acesso que conduz às entrevistas de seleção.

Por isso, especialistas alertam: é importante colocar informações verdadeiras para não entrar em contradição diante do recrutador, pois tudo o que está no currículo pode ser checado na entrevista e também com os antigos empregadores.

Consultores de recursos humanos dizem que o candidato não pode inventar habilidades, experiências e cursos que não têm a fim de deixar o currículo mais interessante. Além disso, não deve destacar pontos fracos, como não saber falar inglês ou não ter boa comunicação, por exemplo.

Adriano Arruda, diretor-geral da Catho, diz que a função do currículo é gerar entrevistas. “A pessoa arrumar ou não emprego vai depender do desempenho na entrevista, mas é importante o que é colocado no currículo, para não se entrar em contradição quando for questionado nem mostrar a deficiência quando for fazer testes de competência”, explica.

“Se não sabe inglês, por exemplo, não coloca a informação. Chega na entrevista, diz que não sabe, mas que fará um curso para aprender. Se colocar que tem conhecimento básico ou é fluente, por exemplo, o candidato deve ter consciência de que esses conhecimentos serão cobrados pelo selecionador”, alerta.

Renata Garrido, consultora sênior da DM Especialistas, informa que as empresas costumam ainda pedir certificados de cursos.

“Fica muito feio para o candidato se ele coloca que é fluente em inglês ou espanhol e na entrevista não consegue responder as perguntas nos idiomas. Por isso, ele precisa ser sincero no currículo”, diz.
Segundo ela, o candidato não pode também mentir sobre experiências no exterior. “Na entrevista, ele pode ser questionado sobre onde morou, em que escola estudou, e o selecionador pode conhecer esses lugares.”

Arruda pondera que o candidato pode omitir pontos considerados fracos, dependendo da vaga pretendida.
“A idade pode ser omitida no currículo porque o mercado é preconceituoso. Aí o candidato chega na entrevista, mostra que é um bom profissional e acaba vencendo o preconceito do selecionador”, exemplifica.

Sem experiência

Segundo Arruda, os recém–formados, que não têm experiências para mostrar, devem valorizar a formação. No caso de graduados, devem mostrar a formação universitária, os cursos feitos durante a graduação e o estágio, caso tenha sido realizado.
Renata diz que o candidato deve mostrar o que fez durante a universidade, como projetos e trabalhos, descrever como eles foram feitos e ressaltar as notas altas.

Atividades voluntárias também podem ser citadas, além de outros cursos, como idiomas e informática. O mesmo deve ser feito por quem não é graduado, como por exemplo, projetos desenvolvidos dentro da escola e cursos extracurriculares.

“Essas experiências mostram a dinâmica da pessoa, se ela é interessada, como ela estrutura seu trabalho, como busca seu próprio desenvolvimento”.

Quem não tem graduação

Segundo Arruda, quem não tem diploma de nível superior deve ser uma espécie de “autodidata” e investir em cursos. Além disso, deve citar todas as experiências que teve, colocar o desempenho nos empregos, se atingiu as metas e até se foi “funcionário do mês”, por exemplo.

Currículo ’sincero’ faz sucesso na internet

Giuliano Bortoluci, diretor de comunicação da Estagiários.com, aconselha o candidato a se especializar por meio de cursos relativos ao cargo pretendido.

“No caso de ser uma pessoa buscando um emprego de telemarketing, por exemplo, ele deve realizar cursos sobre a profissão e também participar de palestras e workshops relacionados ao segmento. Demonstrará não só interesse, mas também que já tem conhecimentos técnicos e alguma especialização para preenchimento da vaga”.

Saída do emprego

Renata Garrido considera importante colocar a razão pela qual o candidato deixou um emprego anterior na mesma parte em que ele cita as empresas em que trabalhou, os cargos e as atividades desempenhadas.

Mas, para ela, o candidato deve escrever de forma genérica, e não relacionar os motivos pessoais, como saída por causa do salário ou por desentendimento com a chefia.

A consultora menciona como “bons exemplos” de justificativa saída para uma oportunidade melhor, em razão de mudança de gerência, por inadequação com a cultura da empresa e por incompatibilidade com o perfil do cargo.

Arruda diz que é importante colocar as datas de entrada e saída das empresas. Mas, se o candidato mudou muito de emprego em um curto espaço de tempo, ele deve colocar apenas o ano em que trabalhou nas companhias.

Auto-elogios

Renata recomenda que os candidatos não façam auto-elogios no currículo, colocando frases como “tenho espírito de liderança”, “tenho determinação”, entre outras. Isso pode ser feito apenas na descrição das atividades dos cargos. “O candidato pode dizer: ‘mostrei determinação para executar tal projeto’”, afirma.

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